25 de ago. de 2012

Precisando de uma xícara de chá, incenso e do inverno

Na verdade acho que "tô" precisando me encontrar novamente - isso mesmo, sem gramática excepcionalmente correta. Porque ser correta demais já me cansou há um tempo, mas pensando bem, sendo correta demais conseguia me encontrar mais facilmente, enfim, não vem ao caso. Ou talvez vem? Que tempo mais confuso! Parece que dou murros no vento quando penso sobre mim. Tô precisando me encontrar, tô precisando me encontrar! Eis o que tenho vontade de gritar, e claro, sem que alguém ouça.  Acho que gostava mais de mim quando era quase uma "Carry, a Estranha", quando era de andar menos com a multidão. E quem sabe, sem perceber me tornei uma daquelas pessoas que detestava e ainda assim não consigo fazer nada para mudar. Possivelmente esteja no cômodo modo de viver ao sabor do vento, como se lutasse contra minha própria personalidade, que, pra ser sincera, necessita de quatro paredes fixas. Também luto contra essa predestinação de me encontrar no meio termo... Quero, necessito, preciso que as coisas sejam 8 ou 80 tantas vezes e não é possível. E percebam, já perdi o foco mais uma vez. Uma parte de mim diz que pode ser déficit de atenção, mas o eu de verdade, prefere encarar como uma mente repleta de pássaros que necessitam ir a tantos lugares ao mesmo tempo, sem saberem que o que precisam para sobreviver é andar em bando. E, ah! Já ia esquecendo, é melhor parar por aqui, já que isso combinaria apenas com uma xícara de chá, incenso e inverno.

6 de ago. de 2012

No change

Nunca gostei da ideia que sempre impuseram, de que o mundo dá voltas, afinal, como uma fiel taurina, não tenho um gosto apurado por mudanças. Sempre gostei da estabilidade das coisas, da rotina, das mesmas pessoas, círculo de amigos, escola, casa, rua, e até do mesmo sorriso. E aí, eu paro e penso em como real e inevitavelmente o mundo foi feito para dar voltas e nossa vida, como algo até mesmo obrigatório, deve mudar. Pensar em mudanças não me faz sentir confortável, mas logo após percebo quantas coisas já venci e tantas outras já perdi, simplesmente por medo de tentar. E o que vem à tona no momento, são as pessoas que "perdi" ao longo de toda jornada da minha vida. Nunca quero me desfazer - palavra forte demais para seres humanos, porém a realidade - de pessoas, bons amigos, amigos de verdade, o problema é que nem sempre em suas tão grandes voltas o mundo se encaixa corretamente em nossa vida, ou melhor, nossa vida não se encaixa corretamente no mundo. E aí, pessoas vão se perdendo pelas infinitas highways e sobram apenas boas lembranças e o sentimento de querer tê-las perto de si novamente. Queria ter cada amigo que conquistei ao longo da minha vida, ainda perto, presente, pois sempre senti em cada um, um pouco de mim, ou então, um pouco de mim em cada um deles. E dessa forma, perdendo alguns pelo caminho, acabo por me sentir incompleta, faltando tanta gente. Essa é a lei da vida, pessoas foram feitas para ir e vir e não para ficarem presas na vida de tantas outras. Mas que cada um desses amigos, que talvez nem souberam que foram meus amigos, ainda possa sentir um pouco de mim presente em si.